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Embrapa incentiva alimentação escolar sustentável


alimentação escolar sustentável

Para discutir a importância da alimentação escolar sustentável e incentivar hábitos saudáveis, a Embrapa Alimentos e Territórios (Maceió, AL), em parceria com a Embrapa Hortaliças (Brasília, DF), promoveu, em 20 de setembro, uma live mostrando a relevância desse tema no aprendizado. O evento, voltado especialmente a nutricionistas, merendeiras e agricultores familiares, abordou oportunidades para as escolas fortalecerem atividades sobre cultivo e consumo sustentável de alimentos, políticas públicas de alimentação, aproveitamento integral dos produtos da agrobiodiversidade regional, alimentação nas cidades, implantação de hortas pedagógicas e redução de desperdícios. A live está disponível no canal da Embrapa no YouTube.

A atividade integra o projeto “Segurança alimentar e nutricional, e geração de renda para agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais do Semiárido brasileiro”. Os recursos são do Projeto Dom Hélder Câmara (PDHC), coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e cofinanciado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).

A estimativa era capacitar merendeiras de escolas públicas alagoanas e de escolas famílias agrícolas da Bahia por meio do uso de ferramentas de educação à distância e webinários, além de capacitações presenciais para pequenos grupos, em atividades coordenadas pelo Senac Alagoas (AL) com apoio do Sebrae AL e da Embrapa. “Nossa meta nesse projeto era beneficiar cerca de 50 mil estudantes de 27.702 escolas localizadas em municípios dos estados de Alagoas e Bahia”, conta a pesquisadora Priscila Bassinello, da Embrapa Alimentos e Territórios, que lidera a iniciativa. As ações realizadas nas escolas em 2022 e 2023, como oficinas e treinamentos presenciais, além de dois webinários, devem atingir mais de 75 mil estudantes de escolas públicas desses estados, de acordo com a pesquisadora.

As oportunidades de promover hortas escolares a partir das diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) foram abordadas no webinário pela nutricionista e consultora em alimentação escolar Anna Luna, da Bioativo Consultoria. O programa foi criado em 2009 pela Lei n° 11.947 e atualizado pela Resolução n° 6, de 2020. O objetivo é contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis dos alunos, por meio de ações de educação alimentar e nutricional e da oferta de refeições que cubram as suas necessidades nutricionais durante o período letivo.

São diretrizes do Pnae o emprego da alimentação saudável e adequada, a inclusão de educação alimentar e nutricional no processo de ensino e aprendizagem, a universalidade do atendimento, a participação da comunidade no controle social, o apoio ao desenvolvimento sustentável, e o direito à alimentação escolar. Os eixos do programa são a oferta de refeições e as ações de educação alimentar e nutricional.

Já a analista Margarida Gorga, da Embrapa Hortaliças, falou sobre como implementar hortas nas escolas e fortalecer o elo horta e alimentação escolar. O projeto de hortas pedagógicas desenvolvido pela Embrapa em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social tem quatro eixos principais: horta na escola, que envolve a organização da equipe e do espaço físico; horta na cozinha, voltado ao planejamento do cardápio e à capacitação de merendeiras; horta no prato, com foco na nutrição e promoção de alimentação saudável e segura; e horta na sala de aula, que preconiza como integrar o tema ao currículo escolar e ao plano pedagógico.

O projeto das hortas foi implementado inicialmente em escolas do interior do Maranhão e do Piauí. A partir dessa experiência, foi desenvolvido um método para ajudar outras escolas em todo o Brasil. “É uma forma de poder reunir os esforços da comunidade em torno da escola”, disse Margarida Gorga. Ela ressaltou o papel das merendeiras e nutricionistas no sentido de levar uma alimentação mais saudável para as crianças e adolescentes. “A segurança alimentar na escola não se dá sem a presença desses atores importantes. A alimentação é fundamental para uma boa educação”, reforçou.

A alimentação também impacta o desenvolvimento dos estudantes e o desempenho escolar. Para apoiar, principalmente, os profissionais da área de educação, a Embrapa oferece o curso Gestão de Hortas Pedagógicas. Disponível na vitrine de capacitações on-line da Embrapa, a plataforma e-Campo, o curso também ajuda os professores e gestores a desenvolver estratégias pedagógicas em sala de aula, utilizando-se da horta pedagógica como recurso didático de ensino-aprendizagem.

O aproveitamento integral de alimentos e o uso de plantas comestíveis não convencionais, as pancs, na alimentação escolar foram ressaltados pela nutricionista Helena Menezes, da Bioativo Consultoria, parceira da Embrapa. Ela comentou sobre as capacitações realizadas com foco nos alimentos da biodiversidade e no aproveitamento integral desses alimentos. As formações práticas realizadas em Alagoas com merendeiras, nutricionistas, cozinheiras e cozinheiros contribuíram também para sensibilizar esses profissionais quanto à importância do consumo dos produtos oriundos da agricultura familiar e das comunidades quilombolas e indígenas.

“Quando falamos de aproveitamento integral de alimentos, estamos falando de vários micronutrientes e macronutrientes, como vitaminas, minerais e substâncias bioativas, que têm a função de proteger o nosso organismo”, explicou. Um dos objetivos das atividades de formação foi também orientar sobre esses benefícios e sobre como aproveitar as hortaliças, incluindo folhas e flores, que podem ser produzidas nas próprias hortas das escolas, despertando as merendeiras para o consumo dos alimentos na sua integralidade. Helena Menezes exemplificou com produtos regionais, como a fruta pão e a jaca, deixando uma reflexão sobre a importância de inseri-los no cardápio escolar.

A importância da alimentação escolar para as cidades foi o tema da apresentação da diretora do Instituto Comida do Amanhã, Francine Xavier. Ela falou sobre o Luppa, Laboratório Urbano de Políticas Públicas Alimentares, lançado em 2021, que apoia cidades a elaborarem e a implementarem políticas locais com visão sistêmica da alimentação. O Instituto atua em parceria com várias instituições, como a Embrapa e as prefeituras municipais, em três áreas temáticas: comida e cidades, comida e clima, e comida e cultura.

Segundo a diretora, uma política alimentar envolve a garantia de alimentação escolar saudável e atenta à biosociodiversidade, a compra pública de alimentos da produção local e sustentável, o fomento à geração de renda com atividades de produção e distribuição de alimentos, programas de hortas pedagógicas, ações e campanhas de educação alimentar e nutricional, apoio a circuitos curtos, ações emergenciais e estruturais de combate à insegurança alimentar, programas de redução de desperdício e programas de compostagem. Outros elementos importantes são a regulação de ambientes alimentares escolares, assistência técnica à produção local de alimentos e programas de feiras e mercados públicos para acesso democrático a produtos locais e agroecológicos.

O papel das nutricionistas e merendeiras também é essencial na formação do gosto. Assim, são fundamentais a elaboração de cardápios nutricionalmente adequados, sazonais e locais, o mapeamento da produção local, a escuta, troca e testes de aceitabilidade, inclusão de alimentos familiares na dieta e interação com as hortas, parceria com a comunidade escolar, aproveitamento integral dos alimentos, uso da criatividade, de técnicas e temperos, apresentação em diferentes cores, e valorização e encantamento dos produtos alimentícios.

Outro tema debatido foi o impacto dos alimentos ultraprocessados na saúde das pessoas. Por isso, é fundamental o envolvimento da comunidade, incentivando a alimentação escolar saudável e sustentável. “O trabalho da comunidade escolar é importantíssimo, é nesse sentido de todo mundo, dos pais, dos conselhos, dos alunos, adultos, jovens, dos professores, das nutricionistas e também das merendeiras, que são as pessoas que fazem isso, que têm esse processo da educação do gosto para os alunos”, frisou Francine Xavier.

A diretora ainda destacou a relevância de ações que envolvem desde a produção agrícola até a elaboração do cardápio e o consumo da merenda. Ela expôs registros de visitas técnicas feitas com nutricionistas, cozinheiras, integrantes de assistência técnica e extensão rural e estudantes, em propriedades da agricultura familiar de municípios de Nova Lima (MG) e Maricá (RJ), exemplos de “quando a comunidade se encontra para conhecer a sua produção, para conhecer a sua riqueza”.

O objetivo dos trabalhos a campo foi mostrar o que é uma produção agrícola e experimentar os produtos, que depois foram preparados nas escolas e apresentados tanto para a comunidade escolar quanto para os agricultores. Para Xavier, é fundamental que as crianças também se sintam participantes do processo. “Toda essa interação, em que cada um se apropria do seu papel, cada um aprende a dialogar e a valorizar o alimento”, enfatizou. Na sua visão, é preciso cooperação e diálogo para transformar os hábitos alimentares.



Nadir Rodrigues (MTb 26.948/SP) Embrapa Alimentos e Territórios Press inquiries imprensa.alimentos.territorios@embrapa.br Phone number: (82) 3512-3400

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